quarta-feira, 14 de outubro de 2009

SUBLIME PREÇO DA LIBERDADE


Ela tinha tudo que precisava. Era independente, bonita, cheirosa e inteligente.

E já estava de saco cheio de chorar por conta de relacionamentos mal sucedidos.

Estava disposta a mudar. A usar. A deixar de ser a garota pra casar.

Começou tirando aqueles óculos. Encurtou e ajustou saias e vestidos. Afinal, aquele raio daquela lipo tinha que servir pra alguma coisa.

Comprou maquiagem nova. Perfume novo.

Mas, acima de tudo isso, mudou sua cabeça. Homem pra ela era cachorro. Todos. Seriam usados e jogados fora.

E foi um atrás do outro. Se ligavam, não eram atendidos. Ou eram, mas só quando estava a fim.

Uma noite e nada mais. Era sua regra.

E estava amando a liberdade, a libertinagem.

Tinha alvos fáceis e outros nem tanto.

Mas aqueles lindos olhos estavam teimando em não olhar para os seus. Virou desafio.

E quanto mais ficava difícil, mais ela era tentada.

Um esbarrão aqui. Um olhar ali.

Conseguiu um beijinho no rosto quando ele a cumprimentou. Arrancou um sorriso com o seu humor ácido e inteligente.

Mas ele teimava em não lhe notar como ela queria.

Era preciso mais ação.

E nisso, ela foi esquecendo os outros. Esquecendo aquela vida leviana que havia feito tão bem a sua auto-estima.

-Vem cá. Toma uma cerveja comigo.

Os olhares se fixaram pela primeira vez. E de repente só estavam eles lá.

Ele a beijou. Mas não foi um beijo comum. Era o beijo.

-O quê? Ele não vai me levar pro cantinho? Não vai me levar pra casa? Não vai querer ir pra minha casa?

O que está havendo aqui?

-Eu sei lidar com cafajestes. Aprendi. E agora vem você mudar meu roteiro?

Não estava entendendo mais nada.

Despediram-se. -Até amanhã, ele disse.

E a ansiedade que tomou conta dela era indisfarçável.

Mas o que está acontecendo aqui? E a promessa de nunca mais se apaixonar, se machucar, chorar? E a sua louca liberdade?

E foram se encontrando, se beijando, se sentindo...

Ele não era igual aos outros.

E quanto mais ela o beijava e o conhecia mais aquela sensação de estar perdendo as rédeas da sua vida lhe perseguia.

Surtou. Chorou. Quis jogar tudo pro alto.

Não conseguiu.

Entregou-se. Com cuidado, mas de corpo e alma.

E adivinha?

Não sente falta da libertinagem.

A liberdade ainda é sua.

Mas conta agora com o companheirismo.

E, acima de tudo, conta com a felicidade.

Saudações Balzaquianas

J.P.


3 comentários:

  1. não tem coisa melhor que "liberdade acompanhada"... peciso fazer mais algum comentário? ok!

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  2. Laraia é como crack...vicia!!! KKK
    Quero que vcs sejam sempre muito felizes!

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