sábado, 17 de outubro de 2009

"O REALEJO DIZ..."


- Me fala! Conta tudo, tudo! Preciso saber!

Ela precisava de uma confirmação, uma certeza. Queria encontrar seu amor, ter filhos, ser feliz.

Merecia isso, afinal era mulher de bom coração.

A ansiedade daquela mulher lhe tocou profundamente, olhando-a no fundo da alma disse:

- Filha, a felicidade que você procura está nas pequenas coisas, nas coisas mais simples. A maioria das pessoas não percebe que é ela a tão sonhada, pela sutileza de sua apresentação. Um par ideal não vai te fazer feliz se você não for feliz. A felicidade começa em você, de dentro para fora. Não importa se você é pobre ou rica, se mora em uma mansão ou em uma choupana, para ser feliz você precisa entender que Deus te dá todas as ferramentas com manual de instruções passo a passo, você só precisa querer usa-las.

- Tá, enteeeeendi.

Continuou ansiosa:

- Mas, por favor, me responda, o que as cartas dizem?

- Eu vou ser feliz?

Com um sorriso sereno no rosto, aquele velho abaixou a cabeça e respondeu:

- Vejo um homem moreno...

Ele sabia que ainda não era a hora, ela não estava preparada para ver que na busca pela felicidade ela deixaria de ser feliz.

A felicidade é sutil, não está em uma cena de estória de conto de fadas, está dentro de cada um de nós. E quando enxergarmos isso encenaremos com felicidade a cena ao lado do príncipe encantado.

Saudações Balzaquianas

AZ

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

"AMÉLIA QUE ERA MULHER DE VERDADE!"


Depois de vencer todas as barreiras psicológicas e culturais ela descobre o ORGASMO.

Múltiplos, clitoriano, com penetração, sexo oral...
Consegue alcançá-lo de todas as formas. Sozinha ou acompanhada. Com ou sem amor.

Resolveu ceder àquele homem que parecia ser o alvo perfeito para o seu sexo casual.

Ele disse:

- A hora que você quiser gata.

Mas ela só tinha uma hora, nem um minuto a mais, estava cheia de compromissos.

- Legal, pode ser hoje das 20h às 21h?

Ele recusou:

- Poxa, gata! Só uma hora? Assim fica difícil!

- DIFÍCIL? Meu amigo, será que você não consegue imaginar as coisas que podemos realizar em uma hora? Sabia que nós mulheres também gostamos de sexo sem compromisso?

Pensou:

- Esses homens não estão preparados para isso. Vestem a armadura de cafajeste para acobertarem o que realmente desejam.

PAIXÃO, ROMANCE ... (CONCHINHA).

- Na verdade querem de volta a previsibilidade da mulher.

Colocou o celular na mesa sorrindo e falou:

- AMÉLIA, SIM, QUE ERA MULHER DE VERDADE!

Saudações Balzaquianas!

AZ / JP

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

ISSO É VIVER!


Júlia tinha consciência que arriscar seria um tiro no escuro.

Acabara de sair de um relacionamento e, sentiu naquela troca de olhar o desejo de ser feliz.

A linha amarela estava ali e, do outro lado estava Pablo.

O que os eram os 120 km que separavam os dois? A vontade era mais forte, tão forte que contrariava qualquer possibilidade de recuar.

Tudo em Pablo era perfeito, o olhar, as mãos delicadas e firmes, a nuca, a maneira como ele fazia Júlia sentir-se amada e desejada, as musicas que ouviam descrevendo todo aquele sentimento, a sensibilidade que os envolvia e as longas e maravilhosas tardes de amor.

A paixão entre eles era tão intensa que sentiam prazer ao falar no telefone.

Foi tudo lindo e perfeito.

Júlia sonhava com coisas simples ao lado de Pablo, como andar de bicicleta em uma tarde de domingo.

Mas Pablo insistia em carregar alguns penduricalhos, que aumentaram à distância entre os dois, o que fez o afunilamento da relação ser inevitável.

Júlia dotada de uma intuição ímpar, usou a ultima gota de sanidade que teimava em fazer morada em sua mente e, saiu de cena.
Faz quatro meses que a ausência consentida foi substituída pela imposição da separação.

A saudade que sente de Pablo é dilacerante. Diz que gostaria de fazer o tempo andar para trás, só para ter de volta aquela sensação de amar e ser amada.

Júlia apesar de triste, sabe que essa lacuna um dia será preenchida por outras linhas amarelas.

Linhas que vão tirar essa dor embolada no meio do peito.
Não se arrepende, ao contrário, diz que foi o melhor relacionamento que já teve.
Munida de muita esperança no amanhã, segue otimista.
Isso é viver!
"Saudações saudozistas"

AZ



quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A INCOERENTE ESPERA PELAS BORBOLETAS


O telefone tocou. Era Denis, ele queria contar à ela sua conquista daquela tarde.


Ana atendeu, disse que retornaria assim que a reunião acabasse. Ela retornou, mas Denis já havia divido seu feito com um amigo.


Ele esperava que ela vibrasse com cada conquista dele, como ele vibrava com as dela. E mais, queria dividir sua vida com Ana.


Ele já sabia que Ana não estava preparada, mas resolveu esperar. Primeiro esperou ela terminar o curso de inglês, o de informática, a aula de spinning, a faculdade, a presença nos finais de semana, tudo isso pela tão sonhada tarde de cinema com direito a pipoca.


Naquele momento Denis sentiu que Ana jamais o colocaria como prioridade em sua vida, e que não retribuiria tamanha dedicação, não por falta de amor, mas por não estar preparada para receber as tão sonhadas "borboletas em seu jardim".


Hoje Denis sente saudades de Ana, saudades das risadas, depois das piadas que ela contava como ninguém, dos beijos, do abraço, do olho no olho na hora do amor, da imagem dela saindo do banho e, do cheirinho do capuccino que era preparado especialmente para ele. Mas, o amor dele é tão verdadeiro e sublime, que mesmo de longe ele torce e vibra por ela, por cada conquista, e faz isso de um jeito natural e maduro, que só quem tem um amor puro pode fazer.


E Ana?


Bom, Ana continua correndo e esperando as tão sonhadas borboletas.


Denis só sente por ela não ter percebido que elas estavam esperando, do outro lado da linha naquela tarde.
AZ

SUBLIME PREÇO DA LIBERDADE


Ela tinha tudo que precisava. Era independente, bonita, cheirosa e inteligente.

E já estava de saco cheio de chorar por conta de relacionamentos mal sucedidos.

Estava disposta a mudar. A usar. A deixar de ser a garota pra casar.

Começou tirando aqueles óculos. Encurtou e ajustou saias e vestidos. Afinal, aquele raio daquela lipo tinha que servir pra alguma coisa.

Comprou maquiagem nova. Perfume novo.

Mas, acima de tudo isso, mudou sua cabeça. Homem pra ela era cachorro. Todos. Seriam usados e jogados fora.

E foi um atrás do outro. Se ligavam, não eram atendidos. Ou eram, mas só quando estava a fim.

Uma noite e nada mais. Era sua regra.

E estava amando a liberdade, a libertinagem.

Tinha alvos fáceis e outros nem tanto.

Mas aqueles lindos olhos estavam teimando em não olhar para os seus. Virou desafio.

E quanto mais ficava difícil, mais ela era tentada.

Um esbarrão aqui. Um olhar ali.

Conseguiu um beijinho no rosto quando ele a cumprimentou. Arrancou um sorriso com o seu humor ácido e inteligente.

Mas ele teimava em não lhe notar como ela queria.

Era preciso mais ação.

E nisso, ela foi esquecendo os outros. Esquecendo aquela vida leviana que havia feito tão bem a sua auto-estima.

-Vem cá. Toma uma cerveja comigo.

Os olhares se fixaram pela primeira vez. E de repente só estavam eles lá.

Ele a beijou. Mas não foi um beijo comum. Era o beijo.

-O quê? Ele não vai me levar pro cantinho? Não vai me levar pra casa? Não vai querer ir pra minha casa?

O que está havendo aqui?

-Eu sei lidar com cafajestes. Aprendi. E agora vem você mudar meu roteiro?

Não estava entendendo mais nada.

Despediram-se. -Até amanhã, ele disse.

E a ansiedade que tomou conta dela era indisfarçável.

Mas o que está acontecendo aqui? E a promessa de nunca mais se apaixonar, se machucar, chorar? E a sua louca liberdade?

E foram se encontrando, se beijando, se sentindo...

Ele não era igual aos outros.

E quanto mais ela o beijava e o conhecia mais aquela sensação de estar perdendo as rédeas da sua vida lhe perseguia.

Surtou. Chorou. Quis jogar tudo pro alto.

Não conseguiu.

Entregou-se. Com cuidado, mas de corpo e alma.

E adivinha?

Não sente falta da libertinagem.

A liberdade ainda é sua.

Mas conta agora com o companheirismo.

E, acima de tudo, conta com a felicidade.

Saudações Balzaquianas

J.P.


terça-feira, 19 de maio de 2009

Amigos...


O que seria de nós sem eles???

Quando era adolescente pensava que só podia existir um melhor amigo.

E ficava tentando escolher entre todos que eu amava o que melhor se encaixava no papel.

Hoje, vejo que existem vários melhores amigos. E podemos contar com eles.

Não é preciso eleger o especial.

Cada um com o seu jeito. Com sua personalidade. Cada qual ocupando um espaço especial em nossas vidas.

E mesmo sendo diferentes. Por que não?

Saber que existem aquelas pessoas que nos acompanham e torcem pela gente. Pôxa, não há coisa melhor.

Pessoas com as quais podemos dividir nossa felicidade, angústia, dúvidas e incertezas.

Pra rir daquela sua piada idiota, ou se preocupar quando você some ou bebe demais.

Alguém pra te dar um abraço, pra lhe dizer que te ama sem esperar nada em troca. Dar aquele sermão quando faz besteira.

Amigos são assim.

Até mesmo aqueles amigos chatos, os mentirosos, os mal-humorados.

Os que, definitivamente, não são nada parecidos com você.

Há, ainda, os que nem permanecem em sua vida por muito tempo.

Amigo é um irmão que você escolhe.


Este texto é em homenagem os meus amigos queridos.
Amo todos vocês.

Saudações balzaquianas!

JP

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Oração


A palavra RELIGIÃO vem do latim: "religio”, “ligar novamente", ou simplesmente "religar".

Uma das maneiras que as pessoas encontraram para "religarem-se" é através da ORAÇÃO, seja ela pronta ou improvisada.
As prontas nos ajudam naqueles momentos em que entendemos o que está acontecendo em nossas vidas, mas, não conseguimos verbalizar e transformar as angustias em oração.

Gosto muito da oração de Gestalt, baseada na Psicologia de Gestalt, criada por Frederick Perls, que fala do conceito de equilibrar o que vem de dentro com o que se aprende de fora. Ela é direcionada à relação das pessoas.
À primeira vista parece carregada de indiferença, mas, conforme atingimos a maturidade conseguimos entendê-la melhor.

"Eu faço minhas coisas, e você faz as suas.
Eu não estou neste mundo para viver as suas expectativas.
E você não está neste mundo para viver as minhas.
Você é você, e eu sou eu.
E, se por acaso, nós nos encontrarmos, será ótimo.
Se não, nada se pode fazer."

Existem muitas outras orações, todas nos ajudam a buscar o equilibrio e a serenidade, dentro do que acreditamos.
Cabe a você buscar a sua maneira de "RELIGAR" e ser feliz!

Saudações Balzaquianas

AZ